Cadê a referência feminina que tava aqui?
Uma reflexão sobre conteúdos produzidos para mulheres nos esportes. Será mesmo que para nós só sobra o culto ao corpo, e nada mais que isso?
Olá, cara leitora desta humilde newsletter!
Começando mais uma segunda-feira com a fé de que vai dar tudo certo e nem eu, e muito menos você, iremos agredir alguém até o final da semana, quebrar o computador no soco, ou então jogar tudo pro alto e chorar em posição fetal debaixo da coberta (mas se quiser pode).
Ah, e antes que a gente se esqueça, apenas um lembrete: essa newsletter é gratuita e feita com muito amor, para que ela continue crescendo compartilhe com as amigas que vão amar fazer parte do nosso clubinho de fritas <3
Dito isso, vamos à reflexão da semana:
Se você abrir a aba de documentários esportivos da Netflix ou da Amazon Prime vai encontrar uma diversidade de filmes bacanas sobre a trajetória árdua até o sucesso de atletas masculinos renomados. Na lista de filmes produzidos sobre o assunto tem Creed, por exemplo, ou O Homem que Mudou o Jogo, que são mesmo muito bons, vale a pena assistir. Mas, não por coincidência, são poucas as opções se você está procurando conteúdos sobre mulheres no esporte. Se mudarmos um pouquinho a categoria, e de produções audiovisuais passarmos para podcasts então, parece que a busca fica ainda mais difícil. Praticamente tudo que se fala sobre esportes é feito por homens e para homens. Para nós mulheres, aparentemente resta apenas conteúdos sobre o “shape perfeito” e o famoso #BumbumNaNuca. Como se as duas únicas razões para uma mulher se exercitar fossem com fins estéticos, ou competição de alto rendimento, excluindo totalmente o fato de que talvez a gente também queira se divertir um pouquinho.
E que tal se aprofundarmos um pouco mais, e falarmos sobre o que de fato importa? O money envolvido no ramo! Você sabia que apenas duas mulheres (!!!!) aparecem na lista da Forbes entre os 50 atletas mais bem pagos do mundo? Naomi Osaka e Serena Williams, ambas do tênis de quadra. Isso não é muito chocante? (para não dizer revoltante, no mínimo).
Existe uma lista imensa de atletas femininas que merecem destaque em diversos esportes diferentes. Muitas delas têm um espacinho ou outro na mídia, e às vezes rola até um episódio de alguma série documental na Netflix sobre elas - se você tiver muita sorte e rolar um pouco na aba pesquisar, talvez encontre algo que não seja sobre um escândalo sexual envolvendo treinadores ou algo do tipo (Mas a gente não pode prometer que você vai achar). Ou seja: praticamente resumidas a frágeis e vulneráveis, muitas vezes tendo que superar traumas e dificuldades, bem diferente do mood radical, aventureiro, ~a vida é irada~ que os conteúdos feitos sobre o gênero masculino possuem.
Quando começamos esse projeto, uma das maiores dificuldades que tivemos foi tentar explicar para as pessoas o que ele era, e como ele se conectava com essa necessidade de mudar o cenário masculinizado dos esportes. Então, dizíamos que o Salada de Fritas era uma plataforma de conteúdo sobre esporte de uma forma menos maromba e mais cool, porque fazer a prática esportiva parecer mais maneira e menos masculina é como conseguimos mostrar que ela também faz parte da vida das mulheres - seja como uma forma de autocuidado, de fuga do estresse, de liberdade ou de carreira mesmo (por que você não pode pensar em virar uma atleta, em?)
Então, amiga saladuxa, aqui vai um lembrete: se alguém algum dia te disse que essa coisa de atividade física não era para você, talvez você apenas estava conversando com a pessoa errada - e tem grandes chances dessa pessoa ser um homem :)
SALADICAS:
A série documental sobre a superestrela do tênis, Naomi Osaka: conta a história da tenista que, aos 20 anos se tornou a primeira jogadora asiática a ganhar um torneio Grand Slam, após derrotar a americana Serena Williams na final do Aberto dos Estados Unidos. No doc ela fala abertamente sobre suas crises de ansiedade e depressão, e compartilha suas experiências, seus altos e baixos e todo o por trás dos holofotes.
A terceira, e última, temporada de Ted Lasso já tá disponível no Apple Tv+: Vencedora de 11 Emmys, incluindo a categoria de Melhor Série (em 2021 e 2022, consecutivamente), a série conta a história de um treinador de futebol americano que vê sua vida mudar ao ser contratado para treinar um time de futebol desacreditado na indústria. É comédia, mas já pode deixar um pacote de lencinhos de papel de um lado, e um bloco de notas do outro, pq tem muita cena emocionante e citações inspiradoras na série.
O livro Tudo que sei sobre o Amor, de Dolly Alderton: Por um grande acaso do destino acabei comprando esse livro achando ser o “Tudo sobre o Amor, de Bell Hooks”, só percebi quando comecei a ler, e no fim das contas foi ótimo pq o livro é delicioso demais. Parece um abraço apertado da melhor amiga, sabe? Nele, acompanhamos os relatos de Dolly, da adolescência à vida adulta, em histórias divertidíssimas sobre ser jovem em um mundo com internet discada até roubadas inesquecíveis, porres homéricos e muitas reflexões impossíveis de não se identificar.
A série You’re the Worst, no Star+: Sabe aquelas séries bem gostosinhas, que dá pra lavar louça, mexer no celular e fazer a unha enquanto você assiste? You’re the Worst é exatamente essa! Sobre um casal fofo, mas muito improvável e até um pouco tóxiquinho, eu diria. O humor ácido e profundo da série é o que dá a cereja do bolo <3
POR HOJE É SÓ!
Ficamos por aqui com mais um textinho, esperamos que tenha gostado (:
Toda semana um textinho novo repensando a atividade física aparece na sua caixa de e-mail, além de conteúdos no nosso Instagram incentivando a prática de esportes por pura diversão. Vamos nessa?
Beijos, e boa semana! <3